A missão OSIRIS-REx, lançada em 2016, recolheu cerca de 300 gramas do asteroide Bennu, o que poderá ajudar os cientistas a compreender as fases iniciais do sistema solar e também como criar sistemas de proteção contra impactos desses corpos celestes na Terra (caso isso venha a acontecer um dia).
A espaçonave OSIRIS-REx viajou por 1.9 bilhões de quilômetros até o asteroide Bennu (com 525 metros de largura) e voltou com uma cápsula cheia de material científico. Essa cápsula foi liberada da espaçonave enquanto passava pela Terra hoje de manhã, entrando na atmosfera a uma velocidade de aproximadamente 43.000 km/h. Veja abaixo uma simulação da NASAS de como ocorreu este momento:
Essa missão OSIRIS-REx nos ajuda a entender como o sistema solar se formou. Ela coletou centenas de gramas de material do asteroide, algo que pode fornecer pistas sobre os estágios iniciais do nosso sistema solar.
A cápsula pousou com a ajuda de paraquedas na Área de Testes e Treinamento do Departamento de Defesa de Utah às 10h52 da manhã (11h52 no horário de Brasília). Esse local foi escolhido por ser o maior espaço aéreo restrito nos Estados Unidos.
Essa missão exigiu um nível de precisão muito alto, especialmente para a espaçonave se encontrar com o asteroide e coletar a amostra em 2020. Foi uma verdadeira proeza de navegação!
As equipes de recuperação pegaram a amostra no deserto de Utah e um helicóptero a transportou às 12h15. A cápsula será levada para uma sala limpa temporária onde será desmontada pela primeira vez.
Por que precisamos de uma amostra de asteroide?
Queremos entender a química molecular orgânica que está presente nos asteroides. Coisas como aminoácidos que formam proteínas e ácidos nucleicos que compõem nossos genes podem ter se formado em asteroides antigos e chegado à Terra do espaço sideral.
Para testar essa teoria, precisamos de acesso ao material de asteroides. Estudar meteoritos é uma opção, mas eles podem ter sido contaminados durante sua passagem pela atmosfera da Terra. Por isso, uma amostra de asteroide é valiosa.
A missão OSIRIS-REx é um esforço global
Não é a primeira vez que uma espaçonave traz uma amostra de asteroide, a agência espacial japonesa JAXA já fez isso antes. A missão OSIRIS-REx traz muito mais material, o que possibilita mais descobertas.
Para entender como a Terra se formou, precisamos olhar além do nosso planeta, para o sistema solar. Acreditamos que os sistemas estelares se formam a partir de enormes nuvens de gás que se contraem em uma estrela no centro, criando um disco de material ao redor dela.
Alguns desses materiais formaram planetas, e outros se juntaram para criar os primeiros asteroides, alguns dos quais ainda existem hoje.
Os asteroides são uma janela para os estágios iniciais do sistema solar, alguns deles são ainda mais antigos do que as rochas mais antigas encontradas na Terra.
Agora, a espaçonave OSIRIS-APEX continuará seu trabalho estudando um novo alvo, o asteroide Apophis (com 370 metros de largura), que é muito interessante pois passará próximo à Terra nos próximos anos.
A amostra do asteroide Bennu será levada para o Centro Espacial Johnson em Houston, Texas, onde será analisada. A equipe está ansiosa para começar essa fase da pesquisa após mais de 12 anos de preparação.
Ver a cápsula pela primeira vez será um momento emocionante para a equipe, marcando o fim de uma jornada longa e o começo de um novo capítulo.
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