STARTUP CRIA MÁQUINA QUE CONVERTE CALOR EM SOM E DEPOIS EM FRIO, NÃO USA ELETRICIDADE OU GÁS REFRIGERANTE

STARTUP CRIA MÁQUINA QUE CONVERTE CALOR EM SOM E DEPOIS EM FRIO – SERIA O FIM DO AR-CONDICIONADO?

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Em 2050, quase seis bilhões de aparelhos de ar-condicionado podem consumir 37% da eletricidade global, de acordo com a Agência Internacional de Energia. Isso porque, como a Índia e a China ficam mais ricas – e o planeta fica mais quente – as pessoas ao redor do mundo estão comprando unidades de ar-condicionado em números próximos aos dos Estados Unidos.

Esta é uma catástrofe ambiental esperando para acontecer

Mas uma startup da pequena cidade de Enschede, na Holanda, pretende mudar isso por meio de uma maravilha tecnológica que transforma o calor em frio sem exigir energia – ou qualquer um dos desagradáveis ​​gases que a maioria das unidades de ar-condicionado usa atualmente.

A tecnologia, que a SoundEnergy revelou na CES (Exposição Internacional de Eletrônicos de Consumo) na semana passada em Las Vegas, usa um processo semelhante ao motor Stirling, que foi concebido pela primeira vez há 200 anos, pelo pastor escocês Robert Stirling e seu irmão engenheiro.

Soa como mágica uma máquina de movimento perpétuo, mas ela se baseia em princípios bem compreendidos de acústica térmica e foi originalmente desenvolvida em pesquisa do Departamento de Defesa dos EUA, diz a empresa.

O primeiro passo é transformar o calor em som

Motor acústico térmico da SoundEnergy. A onda sonora viaja ao redor do tubo azul.

Aproveitamos a energia térmica … [e] transformamos essa energia térmica em uma onda acústica. Esta onda viaja através de um loop infinito pressurizado (o anel azul na imagem), no qual ela continua a ser amplificada… o processo de feedback torna a onda sonora mais e mais forte”, disse Roy Hamans, CFO da SoundEnergy.

A SoundEnergy construiu uma máquina para transformar calor em energia mecânica, mas ao mesmo resfriar o ar, conforme afirma Hamans:

Essa enorme força mecânica será transformada em um delta T [temperatura mais baixa] nos dois últimos vasos, conectando-os ao contrário. As ondas sonoras produzem frio, dispersando o calor das partículas no ciclo clássico de Stirling.”

Ainda de acordo com Hamans, o processo soa estranho para o público em geral porque apenas umas 30 pessoas em todo o mundo são especialistas em termo-acústica.

A Startup tem fabricado e enviado produtos comerciais desde setembro de 2018. O primeiro cliente da SoundEnergy foi Dubai, que comprou uma unidade para resfriamento em uma fábrica que condensa a água potável do ar.

Por que essa tecnologia pode ser revolucionária?

Uma das razões é que esse tipo de tecnologia não requer eletricidade, como os ar-condicionados e outras tecnologias de resfriamento conhecidas.

O sistema em si não consome eletricidade/energia. É preciso 100% de energia emitida em pilha ou térmica solar para conversão de 40 a 50% [de eficiência]”, disse Hamans.

O resto do calor pode ser descarregado em uma piscina de resfriamento, ou na atmosfera, ou, se absolutamente necessário, resfriado com uma unidade de ar-condicionado padrão.

As únicas partes que potencialmente usariam energia externa para operar seriam uma pequena unidade de controle para uma calibração mais precisa e, é claro, bombas para circular o fluido que contém calor para dentro e o fluido frio para fora.

O sistema é ideal para uso industrial, onde os motores e equipamentos de alta temperatura precisam ser resfriados, mas também podem ser usados ​​para grandes unidades habitacionais multifamiliares. As grandes unidades custam cerca de 50.000 dólares, embora os preços caiam com o passar do tempo, para unidades menores para fins residenciais e de consumo os preços são muito mais baixos.

O sistema paga a si mesmo

Para uso comercial e industrial, estamos falando de apenas alguns anos – cerca de cinco anos – de tempo de retorno. Nossos sistemas também possuem um tempo de vida esperado entre 20 a 30 anos, que, até onde sabemos, é substancialmente mais longo do que os sistemas baseados em compressores elétricos”, explica Hamans.

O retorno financeiro é só um “algo a mais”

Se a empresa puder ajudar a resolver os desafios globais de energia e, ao mesmo tempo, ajudar a resfriar nossas casas, escritórios e fábricas com eficiência, o retorno ambiental pode muito bem superar as considerações financeiras.

Próximos passos da empresa

Nossa estratégia até agora é demonstrar a viabilidade comercial e técnica por setor, passando de alguns clientes de lançamento a múltiplos, globalmente”, diz Hamans.

Essas indústrias incluem, mas não se limitam a, indústrias pesadas como petroquímicas, de processo, alimentos, bebidas, têxteis, metal, hidrogênio e sistemas móveis/autônomos que podem operar em áreas remotas. Além disso, também podemos resfriar espaços/edifícios, e cadeias de resfriamento para produtos frescos ou suprimentos médicos, particularmente também em áreas quentes”, conclui Hamans.

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