Um novo relatório reavaliando a tão temida “bomba populacional” descobriu que tal explosão nas taxas de natalidade é improvável, dada a nossa trajetória atual, e também que a população global provavelmente atingirá o pico neste século antes de cair.
Em um novo estudo encomendado pela organização não governamental Club of Rome e realizado pelo coletivo sem fins lucrativos Earth4All, os pesquisadores descobriram que, devido a “uma mudança de paradigma na demografia nos últimos 50 anos“, as taxas de crescimento populacional em todo o mundo têm sido muito mais lentas do que previu o famoso e controverso livro “The Population Bomb” de Paul e Anne Ehrlich (1968), que estimulou temores de uma superpopulação por gerações.
Embora o livro dos Ehrlichs tenha previsto corretamente uma quadruplicação da população global para sua posição atual de cerca de oito bilhões, como observa o comunicado de imprensa da Earth4All, há pouco medo de que ela volte a dobrar e alcance 16 bilhões – e, de fato, talvez nem cheguemos a nove bilhões antes de começar a encolher.
A população global pode atingir um pico em um nível muito mais baixo – cerca de nove bilhões – até o final do século. E se o mundo investir mais em desenvolvimento econômico, educação e saúde, a população global poderá cair para níveis em que todos na Terra possam ter acesso sustentável a energia limpa, abrigo, alimentos e água. A bomba terá sido desativada”, declara o comunicado de imprensa.
Mas, como sempre, há uma pegadinha, prevê o Earth4All.
Esta [pesquisa] nos dá evidências para acreditar que a bomba populacional não vai explodir, mas ainda enfrentamos desafios significativos do ponto de vista ambiental”, disse Ben Callegari, um dos autores do relatório, ao The Guardian. “Precisamos de muito esforço para abordar o atual paradigma de desenvolvimento de consumo excessivo e superprodução, que são problemas maiores do que a população”, explica.
A Earth4All e seus membros veem dois cenários prováveis se desenrolando no futuro: ou os governos continuam fazendo negócios como de costume e não conseguem evitar o “colapso social regional”, especialmente nas “economias mais vulneráveis, mal governadas e ecologicamente imprudentes”, ou os países começam a tributar seus cidadãos mais ricos para investir em serviços sociais e educação, o que teria um efeito positivo sobre o meio ambiente e os direitos civis.
A superpopulação, em resumo, não será aquilo que destrói o planeta como as pessoas costumavam pensar – mas as escolhas das pessoas que agora estão no poder.
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