Microsoft patenteia plataforma inédita para digitar com os olhos

MICROSOFT PATENTEIA PLATAFORMA INÉDITA PARA DIGITAR COM OS OLHOS

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A Microsoft está desenvolvendo uma plataforma de computação que permite aos usuários digitar com os olhos ao navegar na web.

Uma patente publicada em 5 de março revela o sistema “eye-gaze” (controle ocular) focado em acessibilidade. Embora seja apenas uma ideia por enquanto, a tecnologia poderia ajudar pessoas com deficiências físicas a usar seus computadores com uma facilidade sem precedentes.

Embora plataformas de digitação e navegação com eye-gaze existam hoje em dia, elas são um pouco desajeitadas. Os usuários, frequentemente pessoas com deficiências motoras que tornam o uso convencional do computador difícil ou impossível, precisam permitir que o olhar “repouse” sobre uma tecla específica antes que a plataforma processe o comando. Essa operação limita a velocidade de digitação dos usuários a 23 palavras por minuto, com a maioria dos usuários conseguindo algo em torno de 7 a 20 palavras por minuto.

Descoberto pelo Windows Report, a patente da Microsoft introduz duas estratégias para tornar a experiência do usuário mais rápida e fluida. A primeira é o rastreamento ocular “sem repouso”, que elimina a necessidade do usuário de fixar o olhar em teclas individuais. Em vez disso, o usuário pode olhar de uma tecla para a próxima, algo como uma versão visual da digitação deslizante muito usada em smartphones.

Um desenho da patente da Microsoft. Crédito: Microsoft/United States Patent And Trademark Office

Aprendizado de máquina

Como se pode imaginar, olhares sem repouso podem introduzir mais erros no processo de digitação do que a digitação convencional com eye-gaze. É aí que entra o aprendizado de máquina. A patente da Microsoft descreve um processador de linguagem natural que prevê a próxima palavra do usuário e considera erros visuais comuns. Também muito parecido com as funções de texto preditivo e correção automática que você vê no seu smartphone, esses recursos teoricamente reduziriam a taxa de erro do usuário, permitindo que ele digitasse mais rápido do que nunca.

O usuário também pode aproveitar componentes-chave da interface do seu computador, olhando para coisas como botões de volume, controles deslizantes de brilho, entre outros. O mesmo princípio se aplicaria à navegação na web, onde o usuário poderia abrir links, usar botões ou recursos específicos do site.

Embora os usos mais aparentes dessa tecnologia girem em torno da acessibilidade, a Microsoft também pode estar interessada na digitação com eye-gaze para configurações de realidade virtual. Se a tecnologia se mostrar eficaz, seus renomados fones de ouvido HoloLens poderiam incorporar teclados virtuais.

Vale a pena lembrar que algo patenteado não necessariamente se tornará um produto real. Empresas como Microsoft, Nintendo, Sony e Apple patenteiam tecnologias fascinantes o tempo todo, não porque têm planos de fabricar essas tecnologias em grande escala, mas para defender legalmente o que inventaram. Por mais útil que seja um dispositivo operado por controle ocular como este, não há garantias de que ele vá algum dia chegar a ser produzido de fato. Só nos resta esperar.

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