BRASIL ESTÁ DESENVOLVENDO CARRO ELÉTRICO SEM BATERIA

BRASIL ESTÁ DESENVOLVENDO CARRO ELÉTRICO SEM BATERIA E QUE EMITE APENAS ÁGUA PELO ESCAPAMENTO

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A tese defendida pelo Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, no seminário sobre matriz energética veicular promovido pela ANP em fevereiro deste ano, foi de que automóvel elétrico é o futuro, mas não necessariamente movido a bateria.

Poucos entenderam o que o ministro quis dizer quando se referiu a um carro elétrico sem baterias como solução adequada para o Brasil. O fim do motor a combustão é previsível, por ser ineficiente, usar combustível (o fóssil) de duração finita e responsável por elevadas emissões de CO2.

Todo o desenvolvimento tecnológico aponta para o motor elétrico, mais eficiente e que não polui. Mas tem autonomia limitada, longo tempo de recarga e elevado custo de substituição. E se na rodagem não emitem gás carbônico, da extração do mineral ao processo de fabricação da célula elétrica, carregam problemas para a atmosfera.

A solução transitória entre ambos é o automóvel híbrido. Mas, apesar de já ter vendido mais de dez milhões de unidades, tem custo elevado com seus dois motores e só se viabiliza com subsídios do governo. Além disso, tem consumo reduzido, mas continua queimando combustível fóssil.

Solução

Existem contrapontos aos aspectos negativos dos híbridos e elétricos. Primeiro, que o elétrico não tem que necessariamente ser movido por baterias e há quem aposte na geração de energia elétrica no próprio automóvel, através da célula (ou pilha) a combustível, a fuel cell.

Mencionado pelo ministro Albuquerque, o automóvel pode ser abastecido com etanol (ou GNV) e dele ser extraído o hidrogênio que alimenta a célula. Esta produz a energia elétrica que aciona os motores. O resíduo da reação, que sai pelo escapamento é água pura e potável.

Não se trata de imaginação ou sonho de cientista maluco: o carro abastecido com hidrogênio já é vendido em alguns mercados pela Toyota, Honda e Hyundai. O que falta é viabilizar o equipamento (chamado reformador) que extrai o hidrogênio do etanol (ou do GNV) para eliminar a fuel cell. Este já existe experimentalmente e foi desenvolvido pela Nissan. A barreira para sua industrialização é o custo mais elevado, por conta do reformador.

Protótipo da Nissan que gera eletricidade e é abastecido com etanol ou GNV: “carga” em posto comum (Foto Nissan | Divulgação)

Este carro da Nissan é o melhor dos mundos para o Brasil, pois está atrelado ao futuro por ser elétrico, mas sem as desvantagens das baterias nem a complexidade logística para se implantar uma rede de distribuição de hidrogênio. Não será necessário construir infraestrutura – e por definição construir é um processo emissor – como pontos para carregamento das baterias. Além disso, o quilômetro rodado custaria menos que a metade de um veículo dotado de um moderno motor a gasolina.

Vai demorar um pouco

Não é uma solução imediata, pois há barreiras a serem vencidas pelo carro com fuel cell e a tecnologia para que seja possível o abastecimento com etanol. Mas, vencidos esses obstáculos, o Brasil seria um dos únicos países do mundo pronto para adotá-lo, pois já tem uma eficiente e gigantesca rede de postos com bombas de etanol.

No seminário da ANP, o presidente da UDOP (União dos Produtores de Bioenergia), Amaury Pekelman, destacou que o governo sinaliza para uma matriz energética cada vez mais limpa e renovável.

São passos e sinalizações muito importantes para o país, pois temos pela primeira vez, um horizonte previsível para nosso setor, através da consolidação do RenovaBio (programa de aumento de produção de etanol com a precificação positiva quanto menor a emissão de CO2 durante o ciclo de produção pelas usinas) e suas metas, que vão alçar nosso segmento sucroenergético a novos patamares no médio e longo prazo”, disse ele.

A tecnologia que está sendo desenvolvida aqui no Brasil graças à parceria entre o Laboratório de Genômica e BioEnergia da Unicamp (SP) e a Nissan e promete revolucionar o conceito de geração de energia elétrica para veículos, utilizando o etanol como fonte geradora de energia elétrica.

Meio Info / AutoPapo / MoneyTimes / Combustível Legal

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6Comments

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  1. 3
    José Pimentel

    Muito bom.
    Se, o Brasil estiver já livre dessa enorme corrupção, aí eu vejo esse, e qualquer outro projeto, com condições bde dar certo, e com isso, dar um salto à frente de outros países.

  2. 4
    Mauricio Crespo Pinheiro

    Um carro que consome etanol, e aproveita o hidrogênio liberado pelas reações de queima do etanol para movimentar motores elétricos. Ao mesmo tempo, o carro tem dois tipos de motores, um que queima etanol, outro movido a eletricidade, gerando a necessidade, de postos de etanol e de eletricidade. O que não entendo é, a queima de etanol, necessariamente gerará gás carbônico. Para evitar a geração de gás carbônico, necessitaria de pressão e calor muito elevados para separar átomos de carbono de átomos de oxigênio. Mas, desta reação, nunca sairia apenas água. Esta é a proposta, ou, entendi errado.

    • 6
      Ricardo Santos

      Não existe queima do combustível, o quê ocorre é a separação das moléculas do etanol onde o hidrogénio é extraído e convertido em energia elétrica através de uma célula de combustível, o que sobra é a água. A célula de combustível trabalha como um gerador, dispensando o uso de baterias.

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